Quando utilizamos o transporte público urbano deslocamo-nos sempre pelo passeio até uma paragem para poder apanhar o autocarro que nos leva ao destino que pretendemos. Em Portugal as paragens têm de estar sinalizadas com o sinal vertical H20A que é o de paragem de transporte público, aquele sinal retangular azul, com o autocarro. Este sinal tem que estar num suporte único e exclusivo.

Para além disso há “postaletes”, onde é colocada informação das linhas, o número da paragem e o nome da paragem.

Alguns critérios comuns na Europa são a iluminação, a existência de caixotes do lixo, a informação digital, Wi-Fi, videovigilância, pontos de água, o desenho dos acessos, a sinalética de encaminhamento até às paragens e, em alguns casos, até de casas de banho públicas, que são necessárias, não só para os cidadãos, mas também para os motoristas e agentes de fiscalização. 

Em Sevilha instalaram-se bicicletários e estações de bikesharing junto às paragens que passaram a ter um raio de influência de 3,5 km, ao invés dos habituais 350 metros.

Cada paragem tem de ser dimensionada e equipada para o serviço que vai prestar, podendo ir desde um simples postalete, até uma estação, mas cumprindo requisitos previamente definidos.

A cidade de Braga tem mais de 1800 paragens de autocarro que servem os TUB – Transportes Urbanos de Braga, menos de 50% está devidamente sinalizada, e apenas umas centenas têm abrigo. Muitas delas são inacessíveis. A estas, temos que juntar as paragens provisórias. Há ainda os paineis informativos digitais, com informação em tempo real do próximo autocarro que está a chegar, mas apenas em 50 das paragens.

Vão surgindo paragens numa plataforma elevada a 250mm da via de circulação, facilitando o acesso ao autocarro.

Em Braga não se verifica a utilização de quaisquer critérios em várias das paragens existentes.

Nas Verdosas, próximo do Hospital, em São Victor, continuamos com um postalete que obriga as pessoas a esperarem no meio da berma da estrada.

Na Avenida Robert Smith, em Lamaçães, do lado do Minho Center, ou na Rua da Estrada Nova, em Gualtar, o abrigo ocupa todo o passeio, obrigando o peão a andar na estrada.

Na Rua Machado Vilela, em São Victor, na Rua da Mourisca, em Gualtar, ou na Rua Mário de Almeida, em São Vicente, ou na Rua do Fujacal, em São Lázaro, na Rua de Ponte Pedrinha (junto ao MiniPreço), em Maximinos, existem postaletes, na Rua Albano Belino, em São Victor, existe um abrigo, para se aceder ao autocarro tem de se passar por entre os carros estacionados nos lugares de estacionamento.

Estes são só alguns dos exemplos que podemos dar, um pouco por todas as freguesias, e que quem anda de autocarro conhece bem.

A isto soma-se a falta de critérios na colocação de paragens provisórias. Um caso recente tem que ver com a colocação de uma paragem na Rua da Restauração. Não garante o acesso entre o local de espera e o veículo, obrigando as pessoas a andar pelo meio dos carros. Ao fim de dois dias já um senhor tinha caído na paragem ao tropeçar na estrada, acabando por ser assistido pelo INEM.

As paragens são aquele pedaço de espaço público que é o primeiro contacto entre o utilizador do transporte público, e é, por isso, da maior importância que tenha percursos de fácil acesso às pessoas, seja confortável e valorize o tempo de espera.

As pessoas que andam de transporte público estão mal servidas.

A competência da colocação dos abrigos é da Câmara Municipal de Braga. A Câmara delegou em algumas Juntas de Freguesia esta competência, sem dizer os critérios a cumprir. Não há coerência e uniformidade na imagem e na informação existente.

Nas freguesias onde não delegou a competência, a Câmara Municipal de Braga tinha concessionado a instalação dos abrigos. Esse contrato de concessão terminou, falta saber se já há um novo, se foi alargada a área da concessão, se se limita a abrigos ou se passará também a contemplar sistemas partilhados.

A mobilidade induz-se.