Ao olharmos hoje para o mapa da cidade de Braga percebemos que a cidade está desenvolvida de forma excêntrica às acessibilidades rodoviárias. As autoestradas que servem Braga não a atravessam, tocam-na num ponto a Oeste: Ferreiros.

Em Ferreiros, para além de se juntarem as autoestradas A3 e A11, é aqui que passam também as estradas nacionais para o Porto e para Barcelos, a ferrovia atual e onde passará – e terá que parar – a ferrovia de alta velocidade (tem ali canal reservado).

Estamos exatamente a 16 km das três cidades do quadrilátero. A cidade de Braga começa aqui. Este é o ponto central para o futuro da Mobilidade Regional e onde se tem que dar a mudança modal para a mobilidade urbana.

A partir deste ponto é fundamental que a cidade leve a que se pratique uma condução automóvel a velocidade baixa, com menos espaço para o automóvel, onde o estacionamento é pago e onde poderá existir, até, taxas de circulação automóvel, e onde começa a ser mais convidativo utilizar a bicicleta e os transportes públicos.

A partir deste ponto é necessário que existam ciclovias em todas as avenidas – em detrimento de espaço automóvel – e onde o transporte público circula em via própria.
Não terá que ser este o único interface na cidade, nem o único a Oeste – poderá existir outro em Celeirós, por exemplo – mas o interface de Ferreiros terá que ser um dos principais da cidade. Outros terão e deverão existir.

A partir deste ponto tem que ser mais rápido e mais barato ir de transportes públicos ou de bicicleta para Braga do que de carro.

Afinal, Ferreiros “está mesmo a pedi-las” para se transformar num Grande Interface Multimodal, para ter uma grande estação ferroviária, que receba a alta velocidade e a linha já existente, que receba uma grande estação terminal do transporte regrante – o BRT – e que esteja ligado à cidade por uma rede ciclável segura, direta, coesa, rápida, nas principais avenidas que dali partem.